quarta-feira, 30 de maio de 2012

Uma palavrinha

Batidinha de limão
Tudo que é pequenininho e bonitinho, é carinhoso? Ledo engano. Essa coisa de usar tudo no diminutivo é um jeito imbecilizante de tratar as pessoas e situações. As crianças, tadinhas, são vítimas desse movimento de idiotização. Não confie em ninguém com mais de trinta anos que insiste em usar o grau diminutivo para tudo, principalmente para amenizar suas ou nossas cagadinhas! Pode crer, tem algo de podre. Cheira falsidade!

A ambiguidade é uma parceira valiosa e cabível para descobrir o exato sentido das palavras nessa forma. Contextualizar é preciso diante disso. Na dúvida, vá além e recontextualize. E se permanecer o impasse, peça a ajuda aos universitários, caso não tenha como se socorrer com nenhum doutor em língua portuguesa.

Essa caipirinha é das boas, se ligue nela!

Tenho certeza de que você, já passou por isto. Numa mesa, roda de amigos, um agradável estabelecimento que explora o “dolce far niente”. O garçom gentilíssimo a todo momento aparece do nada e sugere mais uma cervejinha ou chopinho, após checar o copo e a garrafa da mesa. E complementa sugestões como um salaminho, uma pizza a palito (por trás disso quer dizer picadinha), um tiragostinho... O intuito de toda essa solicitude é nos confundir, embebedar e empurrar o frango a passarinho, escondinhos, caipirinhas e o escambau.




O tratamento vai que vai, mas, eis que de repente chega a hora: “O senhor quer a continha?”. E o espanto da ao ver a dolorosa não é sufocado: O quê, que merda é essa???? Como já tomou todas e tá se achando um homenzarrão... Mas o bom senso prevalece, mesmo meio êpa, tira da carteira o pobre coitado do cartão de creditozinho. E você pensa: “Ah, se eu tivesse ido dar uma mijadinha...”.

Gulliver na terra dos pequeninos
Há menos peixinhos a nadar no mar/do que os beijinhos que eu darei na sua boca”. A bossa nova, que surgiu na virada dos anos 50 para os 60, favoreceu nas letras das músicas de então essa informalidade. Esse jeitinho, digamos, carinhoso, de prover a poética musical. Música, entretanto, é música. Expressão da arte que combina com poesia e toda a licenciosidade que exige o direito ao verso. Ou o versinho, tudo bem. Ainda mais se o “poetinha” estiver por trás disso. E o barquinho vai, a tardinha cai!


O poetinha e Mr. Buk(ovski)

É curioso como algumas palavras, quando lançadas ao diminutivo, radicalizam na alteração do sentido. “Filho, com qual camisa você quer ir nessa festa?”, indaga a mãe ao mancebo que acaba de completar 19. Ela sabe que o filho nem vai responder e que ela apenas puxou assunto. E complementa: “Vou deixar umas camisinhas sobre a sua cama”.
Filminho e timinho. Diminutivos que pedem complementos. Ou, pelo menos, entonação. Agora, se no filminho aparecer um mocinho... melhor ficar do lado dele, porque a maior parte dos filmes tem final feliz. Estamos quase no finalzinho. Então, a mulher disse pro marido: “Seu pinto é tão pequinininho...”. Ele responde: “Eu sei. É por isso que eu moro aqui em Cuiabá. Se eu morasse num lugar frio, nem sei como iria encontrar ele na hora de dar uma mijadinha”.


Toquinho

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