Quanta bobagem, que show de frivolidades... Estas notícias ou notas são pequenas, muito pequenas mesmo, porque o título geralmente é o fato e também porque não há mais nada a ser dito. Manchetes que você não precisava ter lido, mas leu. Este filão é um mercado que tem grande público e que viceja em inúmeros veículos de comunicação. Não adiante se rebelar. Resta aceitar. Particularmente, tenho a mania de dizer quando alguém tripudia algo: “Você está é com inveja”. Pode até ser verdade, por desmerecer esse estilo. Haja saco pra aguentar tanta asneira, tanta inutilidade.
Essas são internacionais: “Anne Hathaway exibe boa forma em praia de Miami”, “Jennifer Lopez não para de agarrar Rodrigo Santoro em filmagem”. Tudo que sai na mídia é notícia. E alguém lê. Multidões leem, na verdade. Quem não se interessa por esse tipo de manchete, acreditamos, acaba sendo a exceção. Mas o fascínio, ou mesmo a predileção por esse tipo de informação, será que não tem a ver com um comportamento social duvidoso, que mereceria ser questionado, ou estudado (sei lá)?
Saber sobre a vida de seus ídolos, segui-los na mídia, tietar, chorar, gritar etc... Posturas que, a princípio, combinariam mais com adolescentes. Mas, quando reparamos que esse território da mídia que sobrevive graças à exploração de detalhes e particularidades mínimas que envolvem os famosos, já se consolidou como uma verdadeira indústria na Europa, França e Bahia; aqui e na Cochinchina... pô, que diabo é isso?
“Programa de Fátima Bernardes já tem data para gravar o primeiro piloto”. Isso é que é prestígio. Putz, é só um piloto... Mulher poderosa! Dá notícia a data da gravação do primeiro piloto, imagina só quando for pro ar! “Eliane Giardini: já namorei um homem com metade da minha idade”. Minha nossa senhora, essa é de matar. E se faz tempo, pode ser que o affair seja classificado como assédio a menor?
Esta caiu sob medida: “Datena ficou incomodado com Pânico na Band”. Mas foi uma grande perseguição ao Datena, jornalista que nada teme e que não era pra ter se sentido incomodado. “Mulher Maçã visita cobras no Instituto Vital Brasil”... Maçã + cobra= coisa bíblica. “Dentinho assiste ultrassonografia do primeiro filho e se emociona” (sem comentários).
“Amanda Françoso termina namoro de seis anos com Cleber Faria”. Boiamos total nessa. Nada sabemos sobre os protagonistas. E chega. Pra quem acha que o Febeapá (Festival de Besteiras que Assola o País) morreu... morreu nada. Ele continua vivíssimo. É que a televisão me deixou burro demais. E a internet também vai por aí. Se cuida, gente boa!
é a melancólica tirania de uma sociedade em decadência... só nos resta o fim...
ResponderExcluiré um pouco difícil acreditar que a relação sociedade/mídia vá mudar mesmo... quando dizes do 'fim', oxalá que seja o fim de um ciclo
ResponderExcluiressa relação já mudou... a informação hoje é um fast-food barato, fácil e digerível, não importando se faça bem ou não para a saúde mental das pessoas... seja sobre a vida das celebridades, os conflitos no oriente médio ou política... tudo deve ser servido de forma superficial e fugaz... essa condição está diretamente relacionada com o declínio da educação formal escolar... se não há formação intelectual consistente, de que serve o aprofundamento da informação??... basta que alimente uma conversa no bar, no cabeleireiro ou no trabalho... é o fim do jornalismo e o início do ciclo da publicização da informação... vende que nem sabonete, enriquece os conglomerados empresariais do setor e amanhã teremos "novas notícias" para serem consumidas... e assim gira a roda... pessimismo???... não... realidade... beijos aos dois... que têm formação intelectual pra lá de consistente...
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