segunda-feira, 24 de janeiro de 2011


Ah, se todos fossem iguais a você...
 “É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando / É a luz da manhã, é o tijolo chegando”. Nesta terça (25), enquanto as águas de março, ainda vão demorar a fechar o verão comemora-se ... o tom ou o dia da bossa nova? Nesse dia nasceu Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, nasceu o tom do Brasil, nasceu Tom Jobim e comemora-se o dia da Bossa Nova.

Com letras maiúsculas, por favor: Bossa Nova. Um movimento musical brasileiro que conquistou o mundo e mostra a sofisticação da sonoridade made in Brazil. Pra mim, o nome de Tom, o Jobim, deveria se escrever com letras minúsculas, uma singela homenagem: tom. Se estivesse vivo tom completaria 84 anos.

Se acompanhando com a Garota de Ipanema
 “É pau, é pedra, é o fim do caminho / É um resto de toco, é um pouco sozinho / É um caco de vidro, é a vida, é o sol / É a noite, é a morte, é um laço é o anzol.” É o Brasil contando seus mortos pelas enxurradas do noticiário.  Artistas, têm vezes, são visionários, autênticos demiurgos, criaturas intermediárias entre a natureza divina e a humana.

pau, pedra, fim, caminho

É o fim do caminho

É um pouco sozinho
 “É uma cobra, é um pau, é João, é José / É um espinho na mão, é um corte no pé”. É Tom Jobim pedindo que Drummond lhe sugira um dicionário de rimas e o poeta responde que quem compôs águas de março não precisaria disso.

“É o projeto da casa, é o corpo na cama / É o carro enguiçado, é a lama, é a lama”.  É a casa do Tom, onde ele compôs águas de março, sendo tragada pela força das águas. “São as águas de março fechando o verão / É a promessa de vida no seu coração”.

É o projeto da casa
Dia de Tom virou o Dia da Bossa Nova. Talvez, por causa de tantas tragédias, bom de se comemorar pianinho. Dizem que a bossa é jazz. Talvez por ela, eu tenha aprendido a gostar de jazz. 

Houve um tempo que, entre minhas tantas idas e vindas ao Rio de Janeiro, quando o avião se preparava para aterrissar na Cidade Maravilhosa, a tripulação colocava pra rodar “Samba do Avião”, de Tom e eu reparava no Cristo Redentor com seus braços abertos sobre a Guanabara. Fico morrendo de saudades. Mais gente, não é que até o Cristo Redentor, tá em área de risco, e agora?  

Braços abertos sobre a Guanabara
Tem gente que não curte muito a Bossa Nova. Eu sim. Acho o Tom, João, Nara, Vinicius e uma penca de gente o máximo. Nasci em 1958, o ano em que a bossa deixava de ser apenas embrionária. Me orgulho disso e já dei o recado. Chega de saudade!
                                                          



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