sábado, 27 de agosto de 2011

Planeta dos Macacos


Beijo sem antropocentrismo
Matinê no sábado, sessão da tarde. Fomos acometidos por essa nostalgia e às três horas estávamos lá, no escurinho do cinema. Pipoca e refrigerante pequenos e uma água, pela bagatela de R$ 11,50!!!! Como são caros esses aditivos vendidos no cinema. E o pior é que não é permitido levar matula. Quer dizer, pode sim, mas tem que ser escondido.

A inspiração foi o filme "Planeta dos Macacos - A Origem". Filme de entretenimento pra se divertir, nada de expectativas. Precisamos fazer isso de vez em quando já que temos tendência de nos enclausurar. Os comentários gerais sobre o filme, na internet e na TV, prometiam muita ação e emoção.
Sempre que nos deparamos com as reprises e mais reprises de um dos cinco filmes sobre o tal planeta na TV, gostamos de assistir mesmo que pedaços. Neste, mesmo com a tela grande, em menos de uma hora, uma cutucada: não tô gostando, não. Macacos me mordam! Cinco minutos depois, caímos fora.

O primeiro filme de 1968, "O Planeta dos Macacos" é ótimo. A cena final, quando Charlton Heston cavalgando numa praia e dando de cara com a Estátua da Liberdade semi enterrada é antológica. Depois desse filme a indústria do entretenimento desovou várias sequências, uma série de TV, desenhos animados e histórias em quadrinhos. Até Tim Burton, em 2001, explorou a história. Vale lembrar que tudo começou com o romance de Pierre Boule (La Planète des Singes), publicado em 1963. Pra ser sincero, acho que Charles Darwin, com a sua Teoria da Evolução, semeada em 1844, já esbarrava no tema, desbancando o antropomorfismo exacerbado.


Pois é, tentamos. Sou chato pra cinema, mas gosto de me surpreender. Sair prá assistir algo totalmente desavisado, sem ler nada antes é arriscar. Embora isso, na maioria das vezes, seja frustrante, insisto. "Sair pra ver porcaria no cinema, prefiro assistir em casa". Verdade verdadeira.

 Mas este "Planeta dos Macacos - A Origem" é morno demasiado. Personagens fracos, que mais pareciam de um filme infantil, roteiro cheio de clichês descabidos, fotografia sem nada de especial e sem escala: o tamanho do chimpanzé é desproporcional quando contracena com os personagens humanos. Os movimentos do Cesar (o chimpanzé) são computadorizados e com novidades da tecnologia, mas, mesmo assim, me fizeram lembrar as criaturas de um antigo filme, “Jumanji” (1995), um dos primeiros a se utilizar de técnicas de computador para animar personagens. 

Freida Pinto e James Franco 
Estes escritos não devem ser entendidos como uma resenha ou crítica, até porque, assistimos apenas parte do filme. Não seria justo. Até onde fomos, de interessante registramos a consistência do personagem interpretado pelo veterano John Lithgow e a curiosa participação de um expressivo orangotango. O diretor inglês Rupert Wyatt está longe de ser uma referência em cinema. 

Construindo Cesar
Mas também não cabe uma crítica velada ao seu trabalho neste “Planeta dos Macacos – A Origem”. Tudo leva a crer que ele fez o que era pra ser feito. Fica a impressão que o filme é mais um desses caça níqueis (e quantos níqueis), na linha blockbuster. Aquelas produções poderosas financeiramente falando, mas que quase nada têm a ver com o cinema enquanto arte. O lançamento do filme nos USA extrapolou a expectativa em nível de bilheteria, e pelo jeito ressuscitou a série. 


Um comentário:

  1. Estava indo pro cinema quandooo. Li estas singelas linhas sobre o Planeta dos Macacos...
    Desisti do filme, meninos, por que gostei muito da versão original, não gostei da segunda e, sinto, odiarei essa aê.
    Haverá vida inteligente num cimema próximo do calorão cuiabano?

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