segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Vai para o trono ou não vai ??????


"Los tres amigos" Laerton, Angel Villa, e Glauquito
O humor brasileiro tem, desde a década de 80, nos "Los tres amigos": Angeli, Glauco e Laerte, uma das mais fortes referências no cartum. Angeli é o criador de Rê Bordosa e Wood & Stock; Glauco criou o Geraldão e Geraldinho e Laerte o Overman e Piratas do Tietê. Todas as criaturas têm em comum overdoses de psicoses, paranoias, baratas e baratos afins.

Houve uma época em que o trio dividiu o mesmo teto de um apartamento, que ficou conhecido como "bunker", com Henfil. Foi um período de muita loucura, jazz, noitadas e planos, mas teve seus pesadelos: o mestre Henfil aplicava e supervisionava um severo treinamento aos seus três discípulos.







Após o assassinato de Glauco e de seu filho em 2010, por um membro fanático-religioso "Los dos amigos" restantes se aquietaram. Nem tanto. Laerte, além de desenhar, tem dado o que falar. Há aproximadamente dois anos assumiu-se como crossdresser. Veste-se com roupas femininas e porta-se como mulher. Muita gente não sabe, entretanto, que o fato de alguém (mulheres também podem ser crossdresser) assumir tal atitude, necessariamente, não quer dizer que essa pessoa seja homossexual. Sim. Crossdressers podem ser homos, heteros, bissexuais e transexuais. Outro equívoco: a associação direta entre o crossdessing e o transexualismo.

"In memorian" por Angeli e Laerte

Na última semana o cartunista da "Folha", protagonizou mais uma celeuma. Acionou na Justiça uma pizzaria de São Paulo onde foi "convidado" a não usar o banheiro feminino. O fato de ele se vestir como mulher é algo pelo menos curioso e esse último acontecimento envolvendo a sua pessoa provocou os mais diversos comentários. Com as falações, claro, sempre o risco de se incorrer na temível homofobia, algo politicamente incorreto nos dias de hoje.


"Los dos amigos"
O que não falta neste mundo é piração, quando o assunto vai pras bandas da sexualidade. Certa vez, assistindo ao programa do Chacrinha, mestre da TV brasileira, ele anunciou: "Vamo recebe... vamo recebe... vamo recebe... o cantor trissexual". Aí entrou o Agnaldo Timóteo, com aquele vozeirão de macho e cantou "A Galeria do Amor", música de sua autoria, que faz referência a antiga Galeria Alasca, em Copacabana, local que foi reduto homossexual ao longo de muitos anos em terras cariocas.

Mas, voltemos ao Laerte. Sua guinada para o crossdressing foi algo que deixou muita gente de saia justa. Ou de calça curta, como prefiram. Mas essa história de ele optar pelo wc das mulheres é engraçada, mas, convenhamos, que quando ele envereda a coisa pelo aspecto judicial, o assunto ganha um contorno social interessante e passa a servir como um termômetro para avaliar a Justiça brasileira e a própria sociedade.




Ficamos curiosos em torno de como a coisa vai se desenvolver. Não temos opinião sobre essa questão. Afinal, o Laerte pode, ou não, naqueles trajes que nos fazem lembrar uma tia que qualquer um de nós tem, entrar numa boa no banheiro das mulheres? E como a Justiça vai se portar diante dessa pendenga? Porque as leis sempre são generalistas e não têm como privilegiar as diferenças e especificidades.

É errado coibir e discriminar alguém, por conta da orientação sexual. Mas... até que ponto aderir ao crossdressing tem a ver com a tal da orientação sexual. Por outro lado, é meio estranho alguém que tenha um pinto (ops, foi mal... pênis) compartilhar o mesmo sanitário com meninas, jovens e mulheres. Tem gente falando na necessidade de banheiros alternativos para contemplar todas as diferenças. Os donos de bares, restaurantes e casas noturnas vão amar!


E o Laerte, vai para o trono ou não vai????

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