terça-feira, 16 de novembro de 2010

Esquina de Madri

Madri... Madri... caliente Madri. Procuramos e encontramos pessoas que se enquadram perfeitamente nos personagens de Almodovar: sofisticadas, esquisitas, falantes, resmungões. Inesquecíveis. A cidade é verde nas suas árvores, jardins e parques espalhados. Para conhecer Madri é necessário muitos dias, meses quiçá anos.

Museu Reina Sofia,  uma visita imperdível para quem está na capital espanhola. A oportunidade sonhada de ver de perto, pertíssimo "La Guernica". O suspense era se poderíamos, como outras centenas de turistas, fotografar a famosa obra. Sim, era possível desde que respeitada uma distância para que a visibilidade da obra, por outros, não fosse impedida. É muita gente fazendo pose...

 O museu abriga obras de outros não menos famosos, como Dalí, Miró, Braque, John Cage, Lygia Clark, Duchamp, Juan Gris, Magritte, Lygia Pape, Picabia… Poderia ficar aqui somente citando os artistas que me chamaram a atenção ao longo das três horas, malemá, que ficamos nesse Museu. Não ficamos mais porque tínhamos compromisso, um jantar na casa de amigos espanhóis.

Lorenzo e La Guernica
Fiz questão de mencionar duas artistas brasileiras que são reconhecidas e gozam de prestígio internacional, embora não sejam muito conhecidas no Brasil: Lygia Pape e Lygia Clark. Aos interessados nas artes, recomendo uma pesquisa sobre elas.

Essa história de visitar museus, espaços culturais com grandes acervos, não é mole não. É preciso estar disposto e encarar a coisa com disciplina porque quando se entra num local assim, o que rola é uma overdose de arte. Mesmo pra quem conhece um pouco da história da arte e tem lá suas referências em torno do assunto, ‘perder-se’ nos caminhos labirínticos dos museus não é coisa difícil de acontecer.
Uau!!!! Dá li

Quase todo mundo entra nesses espaços em busca dos grandes artistas, aqueles que a gente já conhece e que são consagrados, para ver o que já vimos inúmeras vezes em fotos, revistas, filmes etc. Ver essas obras ao vivo, ‘em carne e osso’, é outra história. Sempre vale a pena.

Mas é impossível deixar de reparar em artistas ‘menores’, cujas obras ali estão pra fazer a gente pensar, questionar, submetendo nossas retinas a uma odisséia de imagens com informações a tiracolo. Um museu é um exercício intelectual ferrenho. No caso do Reina Sofia, já na sua entrada eu fiquei chapado com um grande símbolo gráfico que é uma espécie de boas vindas a quem chega. Depois fui digerindo com a calma que me era possível a imensidão daquela coisarada toda.

Entrada do Museu
O que recomendo a todos que visitam espaços de arte é entrar repetindo a antiga máxima socrática: eusóseiquenadaseieusóseiquenadaseieusóseique... nadaseieusóseiquenadaseieusóseiquenadasei. Entrar com a alma e o coração abertos para toda sorte de aventuras culturais. Quero ver passar impune, ou imune, por um lugar como o Reina Sofia.

O Museu fica ao lado da Estação Atocha, um impressionante centro de transportes de Madri, local marcado pela dor e sofrimento causado por um dos maiores atentados terroristas da história do país. Ali pegamos um trem e fomos para Fuenlabrada, município vizinho e emendado com Madri, onde família amiga de espanhóis, que conhecemos aqui no Pantanal, nos recebeu para senar. Ou jantar, se preferirem. Eles trabalham com educação, meio ambiente e turismo, com empreendimentos na Espanha e no Brasil.

David, Fátima, Alex, Flora e Paula 
Os registros da nossa viagem pela Europa já se encaminham para a última etapa, em Lisboa, Portugal. Lá contamos com a hospitalidade de Mauricio Leite, antigo parceiro de teatros e outras traquinagens culturais aqui em Cuiabá, nos anos 80, radicado em Cais Cais, há vários anos. As aventuras com Mauríco nas terras de Fernando Pessoa ficam para uma próxima postagem. Uma tristeza leve, mas doída, já ia nos abatendo porque a Europa nos marcou e deixou saudades. Mas a gente volta...

Fim

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