quarta-feira, 2 de março de 2011


Lugar preferido

Uma notícia atípica correu o mundo, na terça-feira (01/03), durante o jogo de futebol entre o Junior de Barranquila e Desportivo Pereira, em Barranquila, na Colômbia quando o fato aconteceu. Um afoito jogador de futebol chutou (e matou) uma coruja que já estava agonizando, por causa de uma bolada. A violência, coisa comum no futebol desde priscas eras, primeiro sensibilizou a torcida que num uníssono mandou uma tremenda vaia, depois com a repercução internacional e depois desabou na cabeça do Luiz Moreno, atleta do Deportivo Pereira, que levou suspensão, multa e muitas ameaças de morte. Coincidentemente, a ave era mascote do time adversário e nada coincidentemente o time do Luiz Moreno perdia o jogo.

Faltou sabedoria ao atleta


A Colômbia representa 0,1% do território mundial, mas detém 20% da diversidade de aves do planeta. A proteção desse grupo da fauna representa importante fonte de renda para o país, uma vez que os observadores de aves (birdwatching) não medem esforços para conhecer esse paraíso.


Mas futebol e aves andam tem muito a haver. Não é raro vermos ataques de “Quero queros” em jogadores avisados e desavisados. Imagine um jogador chutando um urubu no Rio de Janeiro, ou um gavião e/ou um periquito em São Paulo, o galo em Minas Gerais e por aí vai... No caso da coruja, sua presença alada está associada tradicionalmente com o futebol, pelo menos no Brasil. Um chute certeiro, no lugar onde a coruja dorme, ou faz seu ninho, é um jargão futebolístico.

Ataque ao atacante


Garrincha era um passarinho 
Nomes de pássaros e aves também caem bem como apelidos para jogadores. Neto Coruja e o santificado Garrincha (Troglodytes musculus) são exemplos. E cá pra nós, francamente, dá pra esquecer a seleção canarinho?    

Olha, a triste notícia comoveu a equipe do blog. É que os bípedes emplumados são um tema quase diário aqui em casa.  Começa pelo bairro onde moramos, Recanto dos Pássaros; passa pelo meu sobrenome (Falcão); por um dos objetos de estudo da Fátima, a ornitologia; e deságua no Tyrannus Melancholicus, título que a gente escolheu, no estalo, para este cyber espaço.


Odiado pelos goleiros

E chega, tá na hora de fechar a conversa. Porque o tempo urge. E vai passando, passando, passando e daqui a pouco, os passarinhos, que não devem nada a ninguém, começam a sua cantoria cotidiana anunciando um novo dia. Você bem sabe, né:

Bateu asas e voou
“Todos
estes
que aí
estão
atravancando
meu
caminho,
eles passarão...
eu passarinho! 
(Mário Quintana)

Um comentário:

  1. Não vi porque tô na correria, mas percebi o encadeamento nas imagens. Muito fluído o blogue. Gosto, mesmo! E recomendo. Té.

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