segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A Rede Social


David Fincher
Para assistir um filme minha principal referência sempre foi o diretor. Há medalhões como Martin Scorsese, Pedro Almodóvar, Woody Allen, Tim Burton, Jim Jarmusch (citando alguns que ainda estão vivos e produzindo); os quais conheço bem, cujos filmes considero imperdíveis e nem me interessam as críticas sobre seus filmes... Vou, porque sinto necessidade de ver com meus próprios olhos e tecer minha opinião.

E há diretores que já têm uma filmografia consistente, mas que ainda espero mais deles, como é o caso de Quentin Tarantino, Alejandro Iñarritu, Hal Hartley e David Fincher, este último, objeto maior deste texto, pelo seu “A Rede Social”, que estreou na última sexta. No sábado, na matinê, lá estava o Tyrannus conferindo a mais nova obra do cineasta que dirigiu filmes como”Clube da Luta”, “Zodíaco”, “Seven” e “O Curioso Caso de Benjamin Button”.

O verdadeiro

O ator
O filme narra a história do surgimento do Facebook, uma rede social da internet, que conquistou o mundo inteiro, com mais de 500 milhões de pessoas plugadas. Fincher narra com uma realismo impressionante a trajetória do genial Marc Zuckerberg, desde quando era estudante de Harvard. É imprencindivel citar o notável desempenho do jovem ator, Jessie Eisenberg, ainda pouco conhecido, apesar de atuar desde o início dos anos 2000. Também estão no elenco outros atores jovens como Andrew Garfield, Brenda Song, Rooney Mara e o descolado Justin Timberlake, entre muitos outros.

Com esse elenco jovem e trabalhando uma história real, que diz mais respeito a adolescentes e jovens, David Fincher deita e rola criando um clima com muita verossimilhança. Ele produziu uma ambientação perfeita, com personagens que a gente parece encontrar no dia a dia, amparados por diálogos pra lá de realísticos. O filme tem um ritmo moderado que combina com a narrativa e o resultado final é muito convincente.



Justin Timberlake e Jessie Eisenberg,
respectivamente Sean Parker e Marc Zuckerberg

“A Rede Social” é o retrato do mundo moderno, onde a internet é uma ferramenta básica e ainda não foi explorada em todo o seu potencial. Estão por cima aqueles que dominam essa ferramenta que chegou para ficar e mudar comportamentos, conceitos e toda uma visão de mundo.

É curioso perceber como David Fincher, que já beira os cinquenta anos, parece se sentir muito a vontade nesse mundo que é dominado  pelas gerações digitais. Em outros filmes de Fincher, vale frisar, a ambientação e a criação dos personagens também é perfeita ou quase isso. O que leva a crer que estamos diante de um diretor que domina a arte do cinema, mas também conhece bastante da alma humana.



A história da criação do Facebook é cheia de controvérsias e disse-me-disses, foi passada de forma isenta e isso possibilita que cada telespectador entenda e avalie por si mesmo, se houve ou não sacanagem e da parte de quem. Eu, particularmente, achei o Mark  Zuckerberg mostrado por Fincher, meio babaca e meio sacana, além de genial. Mas seu comportamento, até certo ponto, parece ser justificável diante de alguns aspectos da trama. Mas isso não tem muita importância, porque em cinema, como em literatura, não é a história em si que vale, mas sim a forma como ela é narrada. E isso David Fincher sabe fazer com maestria.

Vale a pena assistir “A Rede Social” e até o próprio Mark Zuckerberg, que assistiu o filme ( a direção do Facebbok, a princípio, foi contra sua realização) recentemente, disse que gostou.  

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