quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Patti e Mapple


Lisa Lyon, 1980 (R.Mapplethorpe)
O que é pauta aqui no Tyrannus? Vai saber... têm alguns assuntos que ficam assim meio pendentes e vão martelando na cabeça da gente, até que chega uma hora, um sinal, um aviso, uma coincidência... Ou mesmo um lance de dados que jamais abolirá o acaso. Ahãn, hein...!

Um filme que assistimos tempinhos atrás, sobre a obra do estupendo fotógrafo americano, Robert Mapplethorpe, que partiu para o outro mundo vitimado pela AIDS há mais de vinte anos estava na nossa lista. Só que martelava nossas cabeças de vento. E eis que nesta semana, no programa Milleniun, da GNT, a gente flagra uma entrevista com a ilustre personagem deste mundo real, Patti Smith.

Ela nasceu em 1946 e viveu toda a efervescência cultural de Nova York, a partir dos anos 60. E está com um livro novo que desejamos ter em nossa seleta biblioteca: “Just kids”. Patti canta, compõe, verseja, desenha, é performática etc... Lenda viva da cultura americana que teve um caso, melhor um encontro de almas com Mapplethorpe. A bissexualidade, pelo que consta, é (ou era) a praia de ambos. “Deixa o seu corpo se entender com outro corpo, porque os corpos se entendem, mas as almas não”, escreveu Manuel Bandeira. Só que no caso de Patti e Mapple, as almas também se entenderam. 
A lenda



O artista
Pronto. Era o que faltava pra esse fotógrafo, mago da imagem, mestre da luz, ser reverenciado cá no blog. “Fotos Proibidas” (2000) é o nome do filme que recomendamos com prazer. Passa uma tensão impressionante, ao enfocar uma exposição censurada do fotógrafo na cidade Cincinnati, nos EUA. Baseado em fatos reais, explora o dilema de o que é ou não arte, o que é ou não pornografia, o que fere os costumes de uma sociedade hipócrita como a americana etc.



Entrecortado por depoimentos de famosos e outros nem tanto, a película joga luz sobre esse tema controverso que tem a ver com tolerância ou intolerância, censura ou liberdade de expressão, caretas e porra loucas e mais uma pacoteira de questionamentos. Impossível não se envolver com a trama que nos finalmentes, é um filme de tribunal. Ao longo da trama, os depoimentos se sucedem, pelos mais variados aspectos. Um dos entrevistados é o amaldiçoado escritor, Salman Rushdie.
Tulips, 1987 (R.Mapplethorpe)
  
Thomas, 1987 (R.Mapplethorpe)

R.Mapplethorpe
James Woods (“Videodrome” e “Nixon”) tem uma atuação brilhante sob a direção de Frank Pierson, que é mais reconhecido como roteirista (“Acima de qualquer suspeita” e “Um dia de cão”). Woods faz um gestor cultural acuado pela audácia de expor fotografias polêmicas de qualidade técnica inquestionável, que mostram cenas impactantes como um pretenso nu infantil e flagrantes sexuais que chocam qualquer um. Mas as fotografias de Robert Mapplethorpe exploram, acima de tudo, o potencial da reprodução da imagem, enquanto arte.

Big junkie (R.Mapplethorpe)
Depois desta pouca informação sobre a turbulenta e inquieta vida e obra do fotógrafo, retornemos a Patti. É apontada como uma das mulheres mais influentes do rock’n’roll. Mulher cabeça, filha de pai ateu e mãe testemunha de Jeová. Diga-me com quem anda e dir-te-ei quem és. No rol das amizades dessa poeta punk, gente como Allen Ginsberg, Sam Shepard, Bob Dylan, entre outros. Seu livro passeia pela fase da vida em que esteve ao lado de Mapplethorpe. Foi incensado pela crítica e ganhou prêmios. Deu no New York Times que ‘Apenas garotos’ (Cia das Letras)  é “o retrato mais fascinante e divertido da descolada-mais-chique do final dos anos 60 e começo dos 70”. Quer mais...? Compre o livro.

Dylan e Patti


Just Kids

Um comentário:

  1. ó céus, vou ter que comprar o livro então? mas aceito de presente tb. e sim, de fato Patti Smith é uma bela influencia para os grandes nomes do rock e claro, para nós, que amamos boa música.

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