sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Cisne Negro

 Sexta é dia de matinê, basta proclamar. Assistir um filme, se divertir, comer pipoca, enfim... No escurinho do cinema. Não é isso mesmo? Bom, respeito se concorda com essa combinação cinema e diversão. Eu, no entanto, busco algo mais. Emoção. Novidade, coisa que pire a minha cabeça. Tem filme que me dá um tapa na cara. Adoro essa metáfora.
Com a chegada de dois fortes candidatos ao Oscar nas salas da cidade, borá lá. “Cisne Negro”. A música de Tchaikovsky criada em 1877 para um balé dramático - O Lago dos Cisnes, belíssima, daquelas impossíveis de se esquecer, renasce nesta versão moderna, no cinema, valorizando uma história que já foi contada sei lá quantas vezes. Um estigma: a estréia do balé, em 1877 foi um fracasso, mas não por causa da música. Reza a lenda que a orquestra, bailarinos, cenografia e coreografia ficaram distantes da genialidade de Tchaikovsky. Acompanhar a cabeça de um artista desse porte não é coisa que se consegue a toda hora.


Ana Pavlova, prima dona 
Um desafio: coube ao diretor americano Darren Aronofsky fazer algo que honre a trajetória dessa história em torno de lagos e cisnes que tem um status mitológico. E ele conseguiu. Precisou da atuação estupenda de uma atriz que, talvez seja uma das artistas mais proeminentes deste século XXI, Natalie Portman. Tem gente apontando ela como barbada para o Oscar de Melhor Atriz.

Cenas...
Dois filmes de Aronofsky: “Réquiem para um Sonho” (2000) e “Pi” (1998), os únicos que assisti, me convenceram. Ele é um cineasta, no mínimo, promissor. Já Natalie Portman, conheço-a desde o primeiro: “O Profissional”, de Luc Besson. Ela tinha só 12 anos e arrasou.  Ela está bem no elenco de “V de Vingança”, “Beijo Roubado”, “Free Zone”, filmes acima da média, segundo a minha opinião.  
Olha, não é perfil aqui do blog avaliações com critérios técnicos ou mesmo resenhas mais convencionais. Vale mais recomendar e apostar no gosto dos leitores. E vale também a tentativa de compartilhar a emoção da arte, em seu estado sublimado. Gosto da definição de Paul Valéry para arte: a ciência do belo.


Pois bem, “Cisne Negro” narra a batalha de uma bailarina que tem a chance de representar duas personagens neste clássico da história da dança universal. A maneira que ela encontra para encarnar seus papéis parece se embebedar com a força dramática da história original. Impressionante. Ela aprende que não basta a perfeição da técnica para uma boa bailarina. “É preciso se deixar levar”.

A manteiga...
Pra encerrar, Maria Schineider, cisne negro, da década de 70,  subiu no telhado nesta semana.

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