domingo, 20 de maio de 2012

Diversão e arte

Ola Simonsson e Johannes Nilsson (diretores)
Traduções de nomes de filmes costumam ser desastrosas e, quando não, muito...cretinas. Não dá pra confiar. Há exceções, e deparar-se com elas é uma graça. “O som do ruído”, produção sueca de 2009. (Ué, mas o maestro que nos aplica o canto coral disse que as vogais emitem sons e as consoantes, ruídos. Que diabo de filme será esse????).

Uma mistureba de suspense com humor. Humor que não chamaríamos de negro, mas assim meio acinzentado, ácido. “Que beleza!!!”, diria o locutor esportivo. Um daqueles filmes que chegam pra arrebentar a sapucaia.

Um terrorismo branco. Ou brando. É o que pratica um grupo de músicos, que invade locais inusitados, tira sons de aparelhos, objetos e cacarecos que estão no ambiente e produzem música. Planos audaciosos e mirabolantes colocam no encalço desses músicos subversivos um policial, de uma família de músicos, cujo irmão, um grande maestro, está em cartaz. Amadeus, nome do policial, não gosta de música, sofre de uma doença que lhe dá “brancos auditivos” em determinadas situações.



Não se preocupe com a verossimilhança. Não tente achar a chata da lógica formal na história. Melhor aguçar seus ouvidos e tentar descobrir o que é e o que não é música (contemporânea?) neste tempo futurista, onde o presente fica pra trás toda hora/minuto/segundo. Viaje numa boa, divirta-se e repare como é nos detalhes – em todos eles, que se faz um grande filme. E prepare-se para o final, que não vai terminar em pizza. Vai desaguar num estilo musical que conhecemos muito bem, capaz de fazer música com uma nota só. E vem mais filme neste post.




Deliciosa comédia dirigida por Wes Anderson com grande elenco, incluindo o impagável Bill Murray. E Owen Wilson que não é muito habituê em filmes decentes. Mais Cate Blanchet, Anjelica Huston, Willen Dafoe, Jeff Goldblum, Michael Gambon, Bud Cort, “Seu” Jorge..., quer mais???? Tem um cachorro magnífico de três patas. “A vida marinha com Steve Zissou”, produção americana de 2004, parodia os documentários científicos com direito a todas as sutilezas do humor.



E agora um parágrafo especial para “Seu” Jorge, que interpreta um tal de Pelé dos Santos, personagem (responsável pela segurança do barco) que acompanha a expedição de Zissou, cientista que oscila entre louco e lunático, mas, que se repararmos bem, é uma pessoa extremamente normal. Pois é. “Seu” Jorge arrasa, acompanhado de seu violão e fazendo aquela batida que conhecemos e alguns amam, outros odeiam.

No filme comentado na abertura sugerimos que os leitores não se preocupassem com a maldita da verossimilhança. Vale para este também. Só que a história deste nem é tão estranha assim. O problema(?) aqui é a narrativa surreal que o cineasta aplicou ao roteiro. E que deu certíssimo.




Comandando uma equipe a La Brancaleone, Zissou está quase falido e puto da vida porque sua esposa/patrocinadora anda de amores por um outro explorador/pesquisador (tão excêntrico como ele). A tripulação de Zissou é composta figuras excêntricas, personagens ideais para as situações bizarras que irá enfrentar até cumprir sua missão: encontrar o tubarão jaguar assassino. Surge com força a nominação muito apropriada para um de seus comandados, o “lacaio financeiro”, sujeito incumbido de cuidar das finanças da empreitada científica.

Jacques Costeau: qualquer semelhança é mera coincidência (!)

Tínhamos mais uma coisa pra dizer... mas nos perdemos na zonzeira da memória. Fica aqui a sugestão para se divertirem adoidado com estes dois filmes.  

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