sábado, 15 de outubro de 2011

Fauna nossa

"Escurece, tingetinto, nosso funamburlesco mundo animal”. Diretamente do Finnegans Wake, para o Tyrannus, com certa dose de melancolia.
A sexta-feira, dia de folga, foi de reflexão. Desde que o Tyrannus Melancholicus caiu na rede vem galgando uma linha crescente de acessos, que corresponde com as mensagens e as demonstrações pessoais de incentivo. Sabemos que fidelizar não é pra qualquer um, vibramos com os acessos conquistados.
Só que ao regressarmos de Festival de Brasília houve um “boom”, quase atingimos os quatro dígitos no acesso diário e depois “miou”. Fomos pressionados pela hierarquia que comanda os destinos disso aqui. Conversei com a Fátima e ela conversou comigo e recebemos o recado de nossos superiores: “Os acessos ao blog, tem que subir novamente, porque senão, vocês nunca terão um investidor anjo”, disseram pra nosotros.
Joyce, autor de livre louco livro: Finnegans Wake
Como registraria o I Ching, oráculo transcendental, por isso segue: vamos escrever sobre bichos, porque se dá audiência na televisão, há de lograr êxito também por aqui.
Visita que pode feder!

Eis que aparece um passarinho verde. Conhecem essa história? Premonitório de uma boa notícia? Costuma-se dizer, para alguém que demonstra alegria exagerada, exatamente isso: “Você viu um passarinho verde?”.  Na verdade não era um passarinho verde... era um periquito verde. Tava aqui no oiti bem em frente do lar Tyrannus. E não foi uma coisa de passagem, ficou um tempo. Ele, sozinho, fazia uma tremenda algazarra. Saímos pra ver qual era. Localizamos o bichinho camuflado no meio da folhagem. Ele nos olhando desconfiado e nós encantados. Ele gritava e a gente respondia com grunhidos, assoviamos e ele respondeu com vários tipos de assovios. Acho que era um fujão, asas cortadas... fugiu de alguma casa das redondezas, lhe ofereci uma manga num galho mais baixo da árvore. E nada. Não desceu. Entramos e depois de certo tempo  e ele se mandou. Deixou a esperança, que é da cor das suas plumas...


Essas aves “trepadoras” são monogâmicas, elegem seus pares para tocar uma vida inteira a dois. Quando um aparece sozinho, provavelmente, o outro se deu mal. Talvez tenha sido isso. Mas essa história de fidelidade, monogamia entre animais é um assunto interessante. No condomínio Oiti, um casal de rolinhas marrons está construindo um ninho. Preparam-se, aí vem cegonha.  
Mas, voltando à monogamia, me vem à memória uma entrevista que assisti com o psicanalista, articulista e escritor, Contardo Caligaris (ele deve ter o seu gabinete). O papo com o entrevistador foi pros lados das relações humanas a dois. Caligaris enfatizou que pratica a monogamia, ou algo mais ou menos assim. Sempre devoto e dedicado a uma mesma mulher. Mas, disse que tem no currículo mais de dez casamentos. Ah, bom...
Calligaris e sua monogamia relativa
Pô bicho, voltemos a eles. Ficamos uns dias preocupados com o mais recente morador daqui, um belo exemplar do Tupinambis merianae, disparadamente, mais conhecido como lagarto tiú. E não sei por que, em todos os lugares onde vejo seu nome vulgar assinalado, lá está lagarto teiú. Ora ora... é tiú, porra. Andei lendo sobre esse réptil, de preferência, ao som da música “Reptilia”. Tem quase um mês que começamos a avistar o “bicho do chão” aqui em casa, foi no dia do lançamento do “Mundo Cerrado”, foi um bom agouro, tudo a ver!!!
Mané quando chegou...
 
Hoje, ambientado


The Strokes, fazendo a trilha
Folgado, o calangão foi flagrado, anteontem, comendo a ração dos gatos. Até ai normal, o inusitado foi que a Nikita, nossa gatinha, tava do lado, observando tão ancestral bicho, com seu ar blasé. Bom, ele é um bicho do mato, do cerrado, e a gente fica sem saber direito no que vai dar essa convivência. Tenho lá minhas duvidas... vivendo entre seres humanos e gatos! Tememos também pelo jovem Troppo, um gato de rua que se mudou pra cá, bem pequenininho. Ele está crescendo, “virando homem”, tomando conta do pedaço e... Bem, gatos são predadores vorazes. Por enquanto o “Mané”, nome que demos ao tiú, tem encarado o Troppo, seguindo a linha o respeito é bom e eu gosto.  
Troppo em busca...

 
... da maturidade

Gente boa que acessa o Tyrannus, por hoje é isso mesmo, e espero que nosso mundo animal seja do interesse de todos aqueles que nos visitam. Ah, e quem tiver alguma ideia sobre como lidar com o Mané, por favor, mande e-mail. Agradecemos a gentileza do nosso amigo, Luís Carlos Ribeiro (Ginho cerradianus), que ofereceu a iguana que mora em sua casa pra acasalar com o Mané, só que não sabemos se será possível essa tal estripulia sexual, são espécies diferentes... As bitolas são diferentes e aí, né... num rola!!!

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