domingo, 31 de julho de 2011

Ventos de agosto


Éolo, senhor dos ventos, com Vênus
Depois da meia noite deste domingo inicia o fatídico o mês de agosto. Agosto mês do desgosto, agosto mês do cachorro louco, agosto mês dos infortúnios, agosto mês dos ventos. Vai um pouco de superstição nessa conversa, mas há fundamentação científica.


É um mês porreta aqui prá nós da região central do país. É quando a escassez de chuvas começa a interferir diretamente sobre o meio ambiente e no bem estar e saúde da população. O ar com baixíssima umidade e o aumento considerável de partículas em suspensão (poeira e picumãs se escancaram) leva muita gente aos hospitais, principalmente crianças e idosos. É nessa época que as queimadas urbanas e rurais se intensificam. Em Mato Grosso esse problema se avoluma. Por aqui, em junho, foram registrados 787 focos de calor, segundo INPE. E neste mês piora. O estado segue firme com o título de campeão brasileiro de queimadas.
O vento de agosto é danado. Redemoinhos de poeira aqui e acolá são comuns, ainda mais quando a gente pega uma estrada onde a vegetação foi retirada. O vento de agosto é perigoso, ele é um baita dispersor de poeira e as viroses chegam com força. É preciso também ter cuidados com as pipas (papagaios, pandorgas e cafifas), tanto nas fiações elétricas, sem falar no cerol, nem pensar!!!. Parece besteira, mas não é. E tem marmanjo que vai nessa e até vende essa porcaria para a criançada. Pipa tem lugar certo pra se soltar. Soltar pipa pode ter outro significado... Cafifento!!!
Festival de Pipas na UFMT
A mudança drástica de temperatura é algo corriqueiro neste mês. Frentes frias entram do dia pra noite: dormimos nos 40 graus e acordamos com 17. Ninguém aguenta. Apesar desses destemperos de agosto, não é correto afirmar que nem tudo são flores neste mês. O cerrado torna-se garboso e colorido nestes tempos com seus ipês, cambarás, aricás etc... Um verdadeiro festival de cores.

Aricá, by Ruth Albernaz



Agosto é o mês que tem o seu nome inspirado num imperador romano que mandava e desmandava, quando Roma viveu seu apogeu: Cézar Augusto (63 a.C – 14 d.C.). E do imperador romano para os mosquitos. Eles se adentram em nossas casas com força total, e dizem que essa invasão está associada com as queimadas. Queimada é mesmo ruim, hein?!

Outra agonia deste período é o desperdício da água tratada. Francamente... lavar calçadas e ruas com o precioso líquido... “Pelo amor dos meus filhinhos”, conforme diria o locutor esportivo Sílvio Luiz. Tem tanta gente que não tem água tratada nem para beber!!! É um pecado esse hábito, que não sabemos se é ou não proibido, mas bem que poderia ser. Concordamos que é insuportável a secura, mas de nada adianta gastar litros de água lavando uma calçada, se daqui a pouco a secura e a poeira vão bater novamente. Claro, numa cidade onde se pode fritar um ovo no asfalto, você queria o quê?


Outro vacilo é juntar as folhas das árvores que caem em larga escala nestes tempos e botar fogo nela. Como piora a situação essa prática. Aqui no Tyrannus, nossa ex-secretária varria aquilo que chamamos de jardim (que não é suspenso e nem da Babilônia) pra tirar as folhas caídas. Orientamos a moça para que ela deixasse as folhas. Elas, as folhas, seguram a umidade no solo, impedindo que ele fique exposto diretamente ao sol e, como matéria orgânica, ainda contribuem bastante para o enriquecimento do solo. Olha só... aqui em casa a gente até acha bonito essa folharada seca no chão.    
As folhas do jardim da nossa casa...
Portanto, é isso aí. E vamos tomar fôlego pra aguentar o estio que costuma ser duradouro nesta hora. Reza a tradição cuiabana que mais tarde, talvez setembro ou quem sabe em outubro ou mais tardar novembro, vem a chuva do caju. Mas agora é agosto. Presta atenção!!!

Esperando a chuva do caju

"Vô tomá guaraná, tchupá cadju..." (Vera e Zuleiquinha)




Um comentário:

  1. E na história desse país temos:o suicídio de Getulio Vargas e a fatídica renúncia do Janio Quadros.Fatos de mau gosto.

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