quarta-feira, 29 de junho de 2011

Os clichês do cinema e outras coisas não tão clichês, mas talvez quase, estão em nosso prato do dia. Sabe aquela mala... Aquela??!! Melhor dizendo, aquelas que você viu alguém carregando num filme antigo ou meio antigo, e que era visível demais que o personagem que estava com a mala não fazia o menor esforço pra demonstrar que dentro dela havia alguma coisa que pesasse pelo menos um pouquinho? Parece que mala cheia e pesada não combina com cinema, até hoje. Ou não é muito comum. E, com o advento das malas com rodinhas, ajudou bastante dar a tal da verossimilhança. Bom... mala, é sempre mala.

Passemos diretamente aos ventiladores, especialmente os de teto, que giram numa velocidade tão lenta, mas tão lenta, que até mosquito consegue assentar na hélice do ‘ventila’.  Essa cena de cinema também é clássica, nunca entendi o motivo. Cheguei a ler uma teoria interessante sobre o efeito dessa imagem – um ventilador vagaroso – um calor extremado, compondo um contexto de cena.  


As correrias, as perseguições entre carros que jogam a adrenalina nos píncaros entram na lista dos clichês. O estranho nessas cenas, que são produzidas com todo o aparato e tudo planejadíssimo, é que os carros sobem e descem calçadas, escadas, invadem praças, restaurantes e tudo até onde vai a imaginação do diretor e do roteirista, mas na maior parte das vezes ninguém é atropelado. Somente bancas de frutas são atropeladas. Dezenas, centenas de laranjas e maçãs esparramadas pelo chão. O carro do mocinho ou herói da parada, então, esse jamais deve agredir um pobre transeunte que está por ali de bobeira. Ainda mais se esse pedestre for um dublê especializado em saltos estapafúrdios.  É cinema.










Sequência do filme "Operação França"

Ainda sobre carros em alta velocidade. Não é difícil a gente ver um conversível comendo asfalto e dentro dele, alguém de chapéu (que nunca sai voando) ou mesmo com um cabelo super penteado (que nunca se desmancha e/ou emaranha).

Tem um outro negócio que nós só vimos no cinema. É bacana e deve ser interessante de se presenciar na vida real. Sabe aquela história de após um espetáculo, nos primeiros segundos nada de palmas, mas depois aparece um “cristo” que começa a bate palmas, cadenciadas e as palmas vão surgindo paulatinamente até contaminarem toda a plateia?  Acho que quando presenciarmos isso, a vida vai imitar a arte.

Não são poucos os filmes em que vai haver mortos, está na cara desde quando a história começa. Aí aparece um personagem negro e a coisa vai se evidenciando no sentido de que esse personagem vai morrer primeiro. E, morre. Por que, será?????   

Uma cena de perseguição, um grupo correndo por montanhas, lamaçais, floresta, de dia ou noite aí o lugar comum, uma mulher cai e torçe o tornozelo. Lógico que ela nãos era deixada para trás e isso vai embananar toda a fuga. Nos filmes de terror, os personagens que serão vitimados, quase sempre escolhem ir por um lugar mais escuro, nas horas mais impróprias, um caminho errado, mesmo que haja outras opções. Nós aqui, em vão, tentamos dizer da poltrona, alertando os personagens: Não vá por aí..., idiota. Não faça isso... Mas, ôooo pessoal de cabeça dura esses personagens que morrem nos filmes de terror e suspense.


Crianças são o terror! (O iluminado)

Alguém aí já ouviu dizer que o criminoso é o mordomo, ou que o assassino sempre volta ao local do crime? Coisa de cinema.  E as explosões de espaçonaves nos filmes de ficção, segundo me disseram, estão entre as maiores mentiras e clichês da história do cinema. O som não se propaga no vácuo.




No vácuo deste, mais um lance. Um clichê que, como a maior parte dos aqui citados, são muito mais comuns nos filmes de antigamente. Falemos sobre os finais dos filmes mais antigos, eu diria daqueles das décadas de 50 pra trás, que surgem com naturalidade e de forma simples diante dos espectadores e que mesmo assim nunca deixam de ser emocionantes (apesar de até previsíveis).  O cinema mais recente parece não mais encontrar essa espontaneidade que pode e precisa surgir ao final de uma boa história. Bom, não deve ser fácil fechar um filme. Arranjar um “gran finalle”, então, deve ser mais difícil ainda. Por isso mesmo, sem mais nem menos, o nosso texto fica hoje por aqui. Dá-lhe cinema.



A mulher da mala e o mordomo anão assassino voltam ao lugar do crime...


  


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