quarta-feira, 1 de junho de 2011


Vrummmm... Vrummmmm de mentirinha
 Tem coisas que a gente não aprende mesmo. Por exemplo, não sei andar de patins, patinete, bicicleta, moto, carro. Lembra da época que tinha enceradeira? Não conseguia controlar o bicho, era ela quem me conduzia. Não sei lavar roupa, muito menos passar, não sei costurar, bordar, fazer crochê, tricô, barra de calça, fazer unha, depilar, sobrancelha, pintar cabelo; não cozinho bem pratos salgados, doces nem se fala; não sei pescar, remar; não sei usar direito o Excel, a maioria das ferramentas do computador, celular e GPS.


Não sei responder rápido se é a esquerda ou a direita, não sei de que lado o sol nasce e nem onde se põe, não conheço as constelações, não sei fazer letra bonita, não sei recortar, dobrar, não sei como lembrar coisas que esqueci. Definitivamente não sei matemática. Lembro-me na faculdade as disciplinas Cálculo e a Física Experimental XXII era um sufoco. Por mais que tentasse não entendia bulhufas e só de ficar prestando atenção, concentrada em algo que não conseguia aprender, me dava muita dor de cabeça e muito tédio.


Tranquilamente posso enumerar um monte de coisas que não sei. Não sou uma mãe legal, não aprendi antes de ser, aprendi sendo, mas acho que não aprendi bem, bem... por isso que aqui é tudo anárquico, sem rodeios e receios. Não sei letras de música inteira, só partes, não sei nome de atores e diretores, principalmente os estrangeiros. Não sei falar inglês, francês, alemão, carioquês, mineires. Não sei contar piadas, disfarçar, nem quando gosto tampouco quando não gosto. A cara demonstra sempre o que to pensando ou passando na cabeça. Não sei atravessar rua. Não sei me comportar, não sei beber, não sei planejar, não sei guardar segredo.


Não sei representar, imitar pessoas e bichos, não sei tocar nenhum instrumento, não sei dançar junto, não sei cantar, não sei gostar muito bem, não sei rezar “salve rainha” inteira, não sei perdoar (finjo) porque não sei esquecer e nem contar os fatos como realmente são.




O que não sei é muito mais do que as coisas que sei. Por isso, optei pelo primeiro pra dar um texto maiorzinho, se me aventurasse a dizer o que eu sei ia ser um tico assim. Ah! Tirando algumas coisas que deixei pra outra encarnação, to a fim de aprender umas coisas...



Nem esse?
 Eu não gosto de dirigir. Não sei gostar de dirigir. Assim como detesto borracharias, oficinas, shoppings e consultórios de dentista.


Não gosto de axé, de sertanejo e de pagode. Também não gosto do preconceito. O dos outros, porque o meu, não consigo não gostar com a intensidade necessária. Me é difícil não gostar das coisas que brotam espontaneamente da minha alma.


Nem esses

Não gosto de beber água. Nada é mais sem graça do que o tal precioso líquido para este blogueiro. E nada é pior do que acordar cedo e beber água: duas coisas que não gosto mesmo.


Não gosto de viajar de avião porque fico que nem boi confinado. Parece que venho desenvolvendo aquilo que chamam de claustrofobia. Não gosto de computador, aí me dizem: “você tem que fuçar, que consegue fazer as coisas”. Quem fuça é porco. Não gosto de ler livro que não quero ler. Gostava menos de assumir meus erros, mas a vida tem me ensinado a lidar com isso.



Não gosto de discutir seriamente e odeio ouvir papos prolixos. Ahhh... que sono me dão. Não gosto de políticos. Desgosto quase profundamente de novelas, do Faustão, do Fantástico e da grande maioria dos programas de televisão que passam nas TVs abertas.


Não gosto de quadros e outros objetos meramente decorativos que são encontrados nesses ambientes que a gente frequenta diariamente. Penso que eles combinam com música de Paul Muriat e Richard Clayberman, dos quais também não gosto.

Não gosto quando o gás acaba e nem quando a luz vai embora. Odeio chuva quando estou na rua. E nada se compara a minha raiva quando minha liberdade de expressão é aviltada. Eu gosto, eu adoro, escrever aqui no Tyrannus. E não concordo muito com algumas coisas que a Fátima disse neste texto que não sabe fazer.


Num post futuro, a gente vai trocar as bolas. Ela vai dizer mais sobre o que não gosta, e eu sobre o que não sei fazer. Pode ser que eu, que nem ela e segundo a minha opinião, também minta um pouco, mas no sentido contrário. É que eu sei fazer tanta coisa... 

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