sábado, 22 de setembro de 2012

FestBrasilia em noite mais ou menos

Empurrando... de Chimicati, Bottaro e Carvalho

"Empurrando o dia" (25'). Expressão que tem a ver com ócio e monotonia e que nem precisa explicar pra se entender. É um curtametragem mineiro dirigido por Felipe Chimicati, Rafael Bottaro e Pedro Carvalho. Às vésperas das festas de final de ano eles percorreram corrutelas do Centro Oeste das Gerais em busca de depoimentos, assim à toa. Aquela conversinha fiada na qual o povo mineiro é mestre. Com passagens engraçadíssimas - como a história do “termo”, e outras nem tanto e não comprometem. Facinho de assistir, interessante e divertido. 
Com a palavra o diretor de Valquíria
O curta mineiro, "Valquíria" (8'), de Luiz Henrique Marques é uma animação baseada na ópera de Wagner, "O anel dos Nibelungos", onde é narrado um bravo conflito familiar. Para uma animação que resulta da graduação de Marques, até que ele foi longe demais. Uma estética bonita e criativa é percorrida ao longo da brevidade da obra. Há que se ressaltar que a grandiosidade da música wagneriana não é coisa que se acha em qualquer esquina. E o jovem cineasta não foi pretensioso, o que já é um grande passo.


Eu nunca deveria ter voltado
"Eu nunca deveria ter voltado" (15') curta carioca, confesso que me decepcionou. Eduardo Morotó, Marcelo Martins Santiago e Renan Brandão dirigem esta história que mostra as encucações de um personagem em relação a uma fotografia de jantar com sua família, onde estão seus pais e irmãos.  Fiquei com a impressão de que é um filme pra “viajar”, senti que perdi o bonde e nunca mais volto.


Gracinha, a doméstica engraçadinha
O documentário longa-metragem "Doméstica", filme pernambucano de Gabriel Mascaro, não me agradou, apesar da necessidade de se ressaltar a coragem do diretor que o montou a partir de imagens registradas por adolescentes, ao longo de uma semana, em torno de suas empregadas domésticas. O filme oscila muito e fica totalmente a mercê do peso de cada personagem. Há momentos de extrema comicidade, que se alternam com outros muito frouxos. Talvez a ideia apresentasse um resultado mais interessante se Mascaro entrasse de cabeça no experimentalismo.

Último título exibido na noite de sexta, foi o longa de ficção "Era uma vez eu, Verônica" (PE), de Marcelo Gomes (me deixou um pouco atônito). Demorei muito para entender que "era só aquilo mesmo" que estava sendo narrado. As reflexões existenciais da médica recém formada que vive às voltas com suas questões e dúvidas, e com o pai, enfermo, quase ao ponto de se mandar deste mundo, por quem nutre uma forte relação afetiva. Enquanto ata e desata essa conversa em torno de “o que faço da minha vida”, o cineasta vai mostrando suas armas. Fotografia depuradíssima e a capacidade de criar situações envolventes com seus personagens.

Marcelo dirigindo Hermila Guedes e João Marcelo
Acho que precisarei assistir "...Verônica" novamente para gostar dele, realmente. Pois, o batidão acaba influenciando. Assistir três a quatro horas de filmes seguida, quando chega o último, se acontece uma narrativa meio arrastada, avaliar fica mais difícil.


Os fazedores de "Verônica"

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