terça-feira, 18 de setembro de 2012

Não convenceu


Elisa Lucinda e Mounir Maasri
As poltronas desconfortáveis da sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, onde aconteceu a abertura do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, funcionam como um termômetro para avaliação do que está sendo exibido. Para não ficar se mexendo em busca de uma posição menos ruim, o filme tem que “mexer” com a cabeça do espectador. 

E não foi o que aconteceu com "A Última Estação", de Mário Curi, título brasiliense exibido fora de competição. O público parece que “tava com bicho carpinteiro”. O filme não decola e arrasta-se por 113 minutos, embora no seu decorrer fica a esperança de que ele vai ganhar um ritmo ideal e convencer pelo menos a maior parte da plateia. Apesar dos trechos onde o humor é bem explorado, da fotografia insinuante, a trilha sonora bem encaixada, além de alguns atores convincentes; o filme oscila bastante e, no frigir dos ovos, fica devendo. 

Curi é um experiente produtor, segundo informações aqui obtidas. Sua performance como diretor, entretanto, precisa ser mais intencional e concisa para dar conta do recado. O resultado é que a narrativa escorrega um bocado ao contar uma história que resgata a saga de dois libaneses que chegam ainda adolescentes ao Brasil. 

Maasri, emocionado, falou antes da exibição 

"A Última Estação" ameaça, em alguns momentos, prender a atenção do espectador mais exigente, usando de um estilo novelesco onde sobra previsibilidade. Um pouco de poesia bem aplicada, aspectos curiosos desses povos que são excelentes comerciantes e a comicidade ingênua praticada com garbo pelo ator principal, Mounir Maasri, são pontos positivos do filme. Mas, não bastaram, inclusive, para conquistar aplausos mais calorosos ao final da exibição.


Em cena, a equipe da "A última Estação" 
Nesta terça prossegue o evento, com a mostra competitiva e, entre os convidados, há uma expectativa positiva em relação aos curtas e longas que serão exibidos nos próximos dias em caráter competitivo, pois são assinados por realizadores  que têm méritos. Nossa torcida é para que isso realmente aconteça.
Assim seja!

A abertura do Festbrasilia com o performático Murilo Grossi 

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