segunda-feira, 23 de abril de 2012

Presente

Richard Burton, presenteador de mão cheia e aberta
Entra ano, sai ano, ganhamos e damos presentes. É uma questão social, pra cumprir tabela ou porque vem do querer presentear, lá do fundo do coração... Presentear é tão bom quanto receber. E não é nada fácil escolher um regalo porque depende de vários fatores: conhecimento pessoal do presenteado, posição social, familiar e hierárquica, disponibilidade de tempo, de dinheiro, criatividade... Cada item, por si só, já reduz as possibilidades e gradua a intensidade da dor de cabeça. Imagina quando acumulam dois, três, quatro. Aí meu Deus, me acuda!!!!!

Ser vitimado por um presente é um tanto estranho e difícil mesmo é explicar essa situação de troca de afeto (que pode ser de mão única!). Mas o mundo é assim e 24 de abril marca um fato curioso, em relação ao ato de presentear.

Quase 12 séculos antes de Cristo os gregos ganharam uma guerra por causa do efeito que um belo presente causa. Os troianos acreditaram que os gregos haviam desistido da guerra (menosprezaram a sua astúcia) e que deixaram um presente como reconhecimento de sua derrota. Os presenteados, embevecidos com aqueles sentimentos que os regalos despertam, esqueceram por uns momentos da guerra, das desavenças e baixaram a guarda (quem bolou a ideia conhecia a magia). Mal sabiam os troianos que presentes no interior do imenso presente, um cavalo de madeira, estava o belicoso exército grego. De lá pra cá tornou recorrente a expressão “presente de grego”, para aqueles agrados que viram um transtorno em nossas vidas. A dimensão do coice do Cavalo de Tróia entrou para a história.



E tudo leva a crer que o ditado que associa presentear com cavalos é tão antigo quanto o episódio narrado em versos por Homero: “Cavalo dado não se olha os dentes”. Pode ser, mas às vezes... Uma dedução que fica por nossa conta... Sei lá...



Ruim é errar o presente, caso quem o receba seja um péssimo ator e não saiba fingir que gostou. A saída para o presenteado, nestes casos, é guardar o presente e repassá-lo quando surgir uma oportunidade. Muito cuidado, porém, pra não devolver o presente para quem presenteou. E pra este, que deu o presente, não tem jeito. É saber lidar com o constrangimento e pensar (mas não pensar alto): “Puxa, achei que ia gostar”.

Dois minos de Richard à bela Taylor:
 anel de diamantes e rubi...

e a famosa "La peregrina", joia do Sec. XVI

A piada que pode ilustrar essa história toda é de um pai que tinha dois filhos, um otimista e um pessimista. Presenteou os dois. Ao pessimista, uma bicicleta; e um monte de bosta de cavalo ao otimista. O filho pessimista pôs-se a lamentar: “Tenho certeza que vou levar um tombo e me estrepar com essa bicicleta, isso se não a me roubarem, amanhã mesmo”. Enquanto ruminava esses pensamentos reparou que seu irmão andava feliz pela casa procurando algo. Indagou-lhe: “O que você ganhou?”. Veio a resposta: “Eu ganhei um cavalo, você viu ele por aí?”.

Presente joia rara de Adir Sodré ao Lorenzo 

Presentes e papos equestres relincharam hoje cá no Tyrannus. Quando for escolher o que presentear a alguém que mora no seu coração, esteja mais para cavalheiro do que cavaleiro. E veja bem onde vai amarrar sua égua...        

Trouxe presente???

2 comentários:

  1. aproveita e compra um presente pra mim, amanhã e meu Niver e do blog também,kkkk

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    1. Presente tá na mão Rosi, boa leitura. Parabéns pelos aniversários e sigamos em frente nos destinos culturais. Bjs e abraços da dupla tyrannus

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