domingo, 17 de junho de 2012

Cerro os olhos ...

Um giro pela Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, pra ver a quantas anda este lado da Rio+20. É por ali que estão as atrações emanadas dos povos deste mundão. Diversidade, seu nome é Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, seu nome é diversidade. Temas e  manifestações diferentes tornam o tradicional espaço de lazer carioca um local de pluralidade.

São tendas e mais tendas, balcões, panos estendidos no gramado com artesanato e produtos da sociobiodiversidade. Auditórios, mesas, palestrantes e ouvintes com gente engajada e, para os que quiserem, discutir os mais variados temas relacionados com a sustentabilidade.

Pignati e Gilney na tenda da agroecologia




A Coopavan (Juruena-MT) e seus produtos
da sociobiodiversidade

Gringos, indígenas, pessoas de diferentes regiões do mundo circulam livremente. Tranquilidade e descontração. Parece haver uma sintonia “do bem”. Aquela história de um planeta melhor, de atuar contra os interesses nefastos que privilegiam apenas o capital, e outros assuntos correlatos são um lugar comum. Pelas expressões faciais, pelas roupas, pelas mensagens defendidas, pelos folders etc, percebe-se que há muita paixão. Mas, não há comportamentos invasivos e prevalece o respeito e a simpatia.




Festa estranha, com gente esquisita


No Aterro, o Museu de Arte Moderna (MAM) recebe a mostra “Brasil Cerrado”, do goiano Siron Franco, celebridade da cultura brasileira com projeção internacional. Siron é do cerrado, de onde também somos. Uma videoinstalação dedicada a Millôr Fernandes, distribuída em quatro ou cinco salas grandes, fazem aflorar sentidos como visão, audição e olfato, com elementos da natureza do Cerrado.





Cachoeira virtual

Na entrada, um corredor com cachoeiras (cuidado com essa palavra) amplificadas dão a sensação de frescor. Na saída percorre-se outro corredor, desta vez a queimada. A sensação é diferente e sente-se o cheiro de mato queimado. Sim senhor... é uma videoinstalação sensorial. Em uma das salas a beleza de cupinzeiros iluminados. É um passeio noturno. Noutro espaço a reprodução simultânea de imagens gigantes de animais, plantas, paisagens, inscrições rupestres; com direito a uma trilha sonorizada. Todos (adultos, jovens e crianças) preferem se acomodar sentados, de cócoras... e se deliciar com o visual.






Para os cariocas, ou gringos, que jamais conhecerão ao cerrado que, ao longo dos anos, vem sucumbindo às monoculturas e dançando na sua biodiversidade, ali está escancarado, com carinho e com arte, o Cerrado Brasil. Siron Franco fez sua primeira exposição (desenhos) em Goiânia, no ano de 1967. Trabalhou muito, cresceu, vem se agigantando na sua criação e administrando seu talento.

Não vamos dizer que Brasil Cerrado é a coisa mais espetacular do mundo, a mais criativa das artes e nem a mais genial das invenções... Mas é uma experiência incrível. Até pra nós, que estamos acostumados a ver as florações exuberantes, as aves, os pássaros de todas as cores e a lindeza que é a onça pintada, visitar a videoinstalação de Siron foi show. Somos, estamos e vivemos impregnados pelo cerrado. Um pouquinho a mais dele em nossas retinas, a vasculhar nossas cacholas, não faz mal. Não faz mesmo!!!   


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