terça-feira, 19 de junho de 2012

Rio demais de 20

Rio (lotado)+20. Trânsito caótico. Nos hotéis chiques da orla marítima um som de sirene com motociclistas saindo na frente é um aviso que mais uma comitiva de gente importante se locomove em direção a algum auditório ou sala para discutir sustentabilidade e buscar consensos. Se as conversas resultarem em um documento exequível e sob medida, para salvaguardar nosso habitat, quem sabe, a coisa frutifica e na próxima conferência desse quilate tenhamos mais motivos pra comemorar juntos e irmanados.  Uma grande comemoração global.


A gente flagrou um executivo brasileiro, numa dessas discussões, com uma postura interessante. Apesar de integrar os quadros do Governo Federal, soube assumir a falta de vontade política que pode ser registrada nos primeiros escalões das nossas instituições públicas. Há acesso e transparência em relação às questões sociais, econômicas e ambientais, o que quer dizer que os entraves para o tal desenvolvimento sustentável, estariam equacionados. Mas, cadê a vontade política de pegar o touro à unha e fazer o que tem que ser feito?





O cara fez a sua tarefa direitinho. Mas, em seguida, outro, também governamental, escorregou na maionese. Aproveitou a sala com plateia internacional, e constrangeu os poucos brasileiros presentes, com um marketing governamental puxasaquista. O Brasil é isso, o Brasil é aquilo... E quando deu por encerrada sua fala, houve no ar um clima de “graças a deus”.




A Rio+20 está por toda parte. Eventos paralelos, sobrepostos, remontados... de tudo quanto é jeito. E não acontecem apenas em locais como Jacarepaguá, onde estão se reunindo as comitivas governamentais e empresas; ou no Flamengo, onde está a Cúpula dos Povos. A conferência rola. A convite de uma amiga, hoje diretora da Conservation International, fomos ao histórico Solar da Imperatriz para um ciclo de palestras sobre o Capital Natural. Para o encerramento a presença e a mensagem do embaixador da ONU para a biodiversidade, o ator americano, Edward Norton, defensor das causas ambientais.


Portal do Solar da Imperatriz

Escutura de Sandra Guinle


Norton, porém, ficou preso no trânsito e se atrasou. Sua fala foi cancelada, mas tranquilo ficou mais de uma hora conversando com várias pessoas e se deixando fotografar. Claro que participamos desse “momento tietagem”.  Como nossa experiência com a língua inglesa ainda não chegou a desabrochar, não foi possível uma conversação com o ator, infelizmente.  Quem sabe na Rio+40.





O blog passarinho foi conferir também o lançamento do projeto “Gira Brasil”, outra iniciativa que se apoia na sustentabilidade. A proposta é instalar a partir desta quarta 50 ecopontos no Rio de Janeiro. No formato de pequenas casas e ilustrados por artistas como Daniel Azulay, Kobra e Thaís Ueda, entre outros; a ação se caracteriza ainda como uma intervenção urbana, pretende ser uma estratégia eficaz e didática para incrementar a coleta seletiva de resíduos. O lançamento aconteceu na Oi Futuro de Ipanema, apoiadora cultural do projeto.




Oi

 E a Rio+20 vai que vai. Procurando, pesquisando, debatendo e mais um montão de gerúndios, tudo pela sustentabilidade. Mas nesta terça-feira a mídia brasileira noticiou algo que está bem longe de ser sustentável. Pelo menos cá pra nós do Tyrannus. Nada de radicalismos contra beltranos, ou fulanos e sicranos... mas, tenha santa paciência...


Tchau



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