sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Que sexo?

O top sérvio Andrej Pejiic
A gente pensava que se nascia homem, ou se nascia mulher. Mas a história é bem outra, há variações em torno do tema. Alguns com o passar do tempo, descobrem que queriam ter nascido do outro sexo. Sexualidade é algo muito individual e cabe a todos nós respeitarmos as opções do próximo. Não está essa postura, claro, entre os dez mandamentos, mas é de bom tom adotá-la.

Nas artes e na vida há muitos exemplos de personagens/pessoas que passam por essa, digamos, pegadinha do destino. No século XIX uma mulher, que vivia à frente de seu tempo, escandalizou meio mundo. Ela, Aurore Dudevant, era escritora e assinava com o pseudônimo de George Sand, vestindo-se e se portando como homem. Escreveu em quantidade, mas não com muita qualidade. Sua maior proeza, talvez, tenha sido se aproximar de um grande gênio da música, Frederic Chopin, a quem conheceu em 1837 e com ele manteve por vários anos uma união estável.



 

Sand e Chopin por Delacroix

Em "Traídos pelo Desejo" (1992), filme dirigido por Neil Jordan, Stephen Rea é um guerrilheiro do IRA que se envolve com a namorada de um policial que tinha sido sequestrado e depois é morto, mas com quem manteve amizade durante o cativeiro. Ele acaba se apaixonando pela "viúva do amigo". O ator (ou seria melhor atriz?), Jaye Davidson, foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.



Na adaptação para o cinema da ópera Madame Butterfly, de Giacomo Puccini, filme de 1993 dirigido por David Cronenberg, o ator Jeremy Irons se apaixona pela cantora de ópera (John Lone) que também não era uma mulher. Demorou pra descobrir.


Em meados dos anos 80, a atriz Bruna Lombardi interpretou de forma convincente o personagem de Guimarães Rosa, Diadorim, que, na verdade era uma mulher, na adaptação do célebre livro "Grande Sertão - Veredas". Riobaldo, outro personagem que contracenava com Diadorim, era apaixonado por ele, mas, como ambos eram homens, nada rolava. Coitado de Riobaldo... Descobriu tarde demais que Diadorim foi o grande amor de sua vida.



A premiada Cate Blanchett encarnou de forma personalista Bob Dylan no badalado "Não Estou Lá" (2007), filme de Todd Haynes. A belíssima Charlize Theron metamorfoseou-se totalmente para encarnar a assassina em série de "Monster - Desejo Assassino" (2003), filme de Patty Jenkins.



Nosso amigo e leitor do Tyrannus, Luiz Carlos Ribeiro, contou-nos a história de um trabalhador do campo que traçava toda a mulherada da região. Sua mulher p. da vida, se valeu de uma mandinga pra dar um jeito no marido galinha, acabar com sua safadeza! Ela lhe aplicou um chá de rabo de lagartixa assado e o efeito foi superlativo. O caipira virou gay, assumindo-se como uma "bicha rural", que passou a atender pelo pseudônimo de Donana. Dizem que a história é verídica.

Laerte, o cartunista cross-dressing
Voltando ao cinema, arte que produz essas mirabolantes transformações, chegamos á notável performance de Jack Lemmon e Tony Curtis em "Quanto mais quente melhor" (1959), filme espetacular de Billy Wilder. Lemon e Curtis, para se livrar da perseguição de mafiosos, se travestem de mulheres. O elenco traz ainda Marilyn Monroe. O final deste filme é apontado como um dos mais surpreendentes de toda a história do cinema.



O personagem de Lemmon, desesperado, aceita casar-se com um ricaço, bem mais velho. Eles saem na lancha do futuro marido e Lemon decide contar-lhe que, na verdade, não é uma mulher. E o sujeito responde: "nem tudo é perfeito".

 

 

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