domingo, 26 de agosto de 2012

Vamos descombinar


“Ah, se mamãe me pega agora, de anágua e de combinação”. Letra de música nem tão antiga assim, apesar de usar palavras que muita gente nem sabe mais o que são. Peças do vestuário feminino de outros tempos. Anágua, combinação?! Underwear, você sabe, né? Bom, anágua, achamos que caiu em desuso junto com o bidê, aquele “trono paralelo” que ficava no banheiro e esguichava uma aguinha. E combinação... Olha, combinação não combina mais. Só cabe em filmes de época, ou, quem sabe, em instituições religiosas femininas.



Enveredamos numa conversa sobre cores de meias que se ajustam a esta ou aquela roupa. E parece que liberou geral. Não tem mais essa. Use meias conforme lhe convir. Nada a declarar/apoiar, entretanto, sobre usar sandálias com meias sociais. Isso merece certa atenção. Já meias, sapatos e calças sociais devem combinar entre si, menos com bermudas, embora, paradigmas existam para ser quebrados.



Xadrez com listrado agora é aceitável. E se assim estivesse trajado um cabra com bigodinho a oscilar entre o ridículo e o cretino, é natural se concluir que o sujeito estava paramentado para as tais festas juninas ou julinas. E saiba como agir, se você quer ser rei um dia: se tiver caspa, tá fácil. Use sempre camisas ou camisetas pretas que logo há de se tornar o “rei da caspa”. Cá estamos a escrever muito a vontade sobre indumentárias, acessórios e situações; expondo com garbo nossas análises combinatórias. Sim, porque além de sermos fashions, também entendemos um bocado de matemática moderna. Aquela de antigamente, sacou?!



Mas, as descombinações, claro que não ficam apenas no terreno da moda. Tem coisa que descombina tanto com outra, que hoje em dia pode dar até cadeia. Bebida com direção. Péssimo exemplo. Menos em Cuiabá, cidade onde o uso do bafômetro para fiscalizar motoristas infratores parece ser algo de ano bissexto. Só rola muito de vez em quando, e bota de vez em quando nisso. Pois é, que bafão. Bafão combina com bafômetro.



Um parente muito próximo há décadas mantém-se fiel a uma idiossincrasia do paladar. Aprecia pizza com arroz. Na área da gastronomia, aliás, esse papo de o que combina ou não combina com isto e aquilo dá muito pano pra manga (com leite, por exemplo). Puxando pela memória, ao máximo, vem um caquinho associado a uma primeira dama de país sulamericano que gostava de melancia com manteiga. Outra estranheza. Feijão, pra nós, brasileiros, combina com quase tudo. Mas há exageros. Um amigo adora mandar um feijão gelado, geralmente, de madrugada. Sei não... Tô desconfiado que esse cara bebe, fica brocado e com preguiça de esquentar o rango.




Já faz alguns anos que desenvolvi a técnica, não muito apreciada por muitos, de tomar cerveja com gelo. É que esse negócio de vira-virou (o copo) não combina comigo. Vou “‘pipinando” com minha cervejinha. De golinho em golinho, daí o gelo pra mantê-la numa boa temperatura, em Cuiabá. E não é que fui descobrindo, aos poucos, que há adeptos.



Mais coisas que descombinam? Chapinha com vaporizador de ambiente, palitos de dente à mesa (deve ser usado somente no banheiro), pimenta com hemorroida, drogas e rock’n’roll com longevidade, Deus e o diabo... Pensando bem, apesar de opostos, deus e o diabo até que combinam, se for na terra do sol, com direito a falta de respeito e educação no trato social. Ave Maria, mãe de Jesus. Fecha a porta e apaga a luz!!!



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