quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Do outro lado

Gervane de Paula (Foto: José Medeiros)

E as artes plásticas continuam em pauta nesse blog. Uma exposição que reúne quatro dos principais artistas deste Mato Grosso. Dizemos deste Mato Grosso porque vai rolar em Mato Grosso, do Sul! A abertura será na próxima semana, terça-feira, no Marco - Museu de Arte Contemporânea em Campo Grande. 

São cerca de 40 obras que representam a produção mais recente de Gervane de Paula, Jonas Barros, Benedito Nunes e Dalva de Barros. Artistas experientes, premiados e com projeção nacional. "Do outro lado" é o nome da mostra, viabilizada através de um edital. Em matéria de artes plásticas, sempre vale lembrar que a coisa tomou corpo por aqui, graças ao trabalho de Aline Figueiredo e Humberto Espíndola, ambos mato-grossenses nascidos ao Sul, mas naqueles tempos em que era um só estado. 

Curioso é saber que quando assim que engrenou a força pictórica por estas bandas, o governo federal achou por bem dividir o estado. Não está em questão quem ganhou ou quem perdeu, culturalmente falando. Se já houve e/ou ainda há rivalidades entre Cuiabá e Campo Grande, deve de ser num outro setor, que não o das artes. Artistas daqui pra lá e de lá pra cá costumam se mostrar entrosados e parceiros quase sempre. 

    Benedito Nunes (Foto: José Medeiros)
"Do outro lado" é mais um exemplo de que a divisão política, que aconteceu em 1977, não atravancou a gênese geográfica e histórica dos povos pré-cabralinos que aqui viveram e também na contribuição das colonizações portuguesas e espanholas, conforme registra no catálogo da exposição Humberto Espíndola. O impresso que conceitua a exposição também traz textos de Ludmila Brandão e Magna Domingos, agentes atuantes do cenário cultural mato-grossense há vários anos. 

               Jonas Barros   (Foto: José Medeiros)
Bom, resumindo, estamos diante de mais um episódio marcante e representativo para as artes plásticas do Centro Oeste brasileiro, uma região onde a luz e as cores são preciosa matéria prima para nossos artistas. É tudo escancaradamente colorido e iluminado. E esses predicados também costumam brindar a inspiração dos criadores que aqui vivem. Vivem e têm demonstrado que sabem amadurecer, porque a arte é uma reconquista cotidiana. Não interessa se é deste lado, ou do outro lado. 

Dalva de Barros (Foto: José Medeiros)

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