segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ouro, prata ou bronze?


Marina Silva levou a bandeira dos Jogos Olímpicos e
Aldo Rebelo deu bandeira: inveja pura!

De olhos bem abertos e grudados na TV, nem sempre nesta ordem e às vezes dormindo e grudados na TV. Controle remoto na mão, pula pra lá, pula pra cá. Desde a semana passada, mesmo antes da abertura, porque as competições de futebol já tinham começado. Parece até que estamos em Londres... ao som de “London calling”, quem dera! 


E a história desse certame mundial para nós, brasileiros, é a de sempre. Algumas alegrias, outras decepções. Em matéria de medalhas, a Olimpíada é mais um negócio da China e dos USA, do que do Brasil, só pra citar dois países que nos colocam no bolso. Medalhas... bolso... já falamos sobre isso por aqui.





Que Paul McCartney, que Arctic Monkeys que nada. Mister Bean é que mandou bem na abertura, tocando piano ao estilo samba de uma nota só. Medalha, medalha, medalha... o que que é isso? É a delegação brasileira? A chinesa? A americana? Ou seria o cachorro Muttley, do desenho animado Corrida Maluca? Não... é o dirigente da CBF José Maria Marin, que lá está, com seu visual de madeixas acaju e uma interminável lista de convidados. É a cartolagem livre que se costuma praticar em eventos como esse.


No desfile de abertura, minúsculas delegações de pequenos países, com meia dúzia de atletas, mas lá estavam desfilando vinte ou mais componentes. Não é só no Brasil que essas coisas acontecem. Quanta ingenuidade... Na verdade, o que acontece é que em algumas modalidades, rola muita grana, e onde tem din-din, tem cartolagem e politicagem no meio.  E claro que também tem atleta mercenário, mau elemento, mau caráter etc e tal.


Dias atrás, antes dos jogos de Londres começarem, vimos uma entrevista com aquele que talvez seja o mais atuante jornalista investigativo dos esportes, o escocês Andrew Jennings. O sujeito, nos últimos anos, é o principal inimigo da cartolagem em nível universal. Ou planetário, se preferirem. Planetário, nós dissemos... e não panfletário.


Andrew Jennings 




Jennings, pra quem não sabe, já noticiou - ou bradou mesmo, contra roubalheiras que acontecem em instituições esportivas pelo mundo. Seu alvo principal tem sido a Fifa, mas ele não poupa seu machado em relação ao que os dirigentes esportivos brasileiros vem fazendo. João Havelange e Ricardo Teixeira tiveram suas maracutaias desmascaradas e alardeadas por ele. "O problema da CBF não acabou com Marin. Todos são da mesma família de bandidos", disse ele em entrevista à ESPN.






Quem quiser conferir ... http://espn.estadao.com.br/video/270463_para-andrew-jennings-o-problema-da-cbf-nao-acabou-com-marin-todos-sao-da-mesma-familia-de-bandidos


Pela Fifa ele está banido das coletivas da instituição. Em 2010 teve um arranca rabo com Jack Warner, vice-presidente da Federação na época. Ele abordou o cartola quando este se dirigia ao seu carrão e o dirigente foi logo falando: "Se eu pudesse, cuspiria em você, porque você é um lixo". Jennings não esmoreceu e indagou sobre propinas e veio a resposta na lata: "Pergunte à sua mãe". "Não posso, ela está morta", respondeu o jornalista. Warner, segundo explicações, demitiu-se voluntariamente depois desse rififi. Agora, quem está na mira de Jennings é Sepp Blater, o todo poderoso, ou cafifento, como diria Bento Carneiro, o vampiro brasileiro.   


Blater

Na entrevista do link acima, Jennings elogia Romário, ex-jogador que agora é deputado federal. O escocês demonstrou muita vontade de encontrar o craque para trocarem ideias a respeito desses esquemas futebolísticos extra-campo que envolvem a Copa de 2014. Tudo leva a crer que são defensores da lisura no mundo esportivo. É o que se espera de um político e de um jornalista decentes.


Romário, segundo um site, apesar de ter língua solta, anda esquivo em relação a críticas a José Maria Marin. Talvez o "Peixe" não queira morrer pela boca sei lá em qual sentido. Bom, além de torcer pelo Brasil, estaremos torcendo para que Jennings e o Baixinho se encontrem e rasguem o verbo. E fechamos o post de hoje com a máxima de Lorde Northclif: "Notícia é tudo aquilo que alguém não quer que seja publicado. O resto é publicidade". Millôr Fernandes, célebre pensador tupiniquim, tem uma frase similar que a gente manda aqui: "Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados".


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